Leques Comemorativos


{"time":1747677801438,"blocks":[{"type":"paragraph","data":{"text":"Segundo os registros mais antigos, o leque teria surgido aproximadamente em 3000 A.C., na China, tendo depois chegado ao Japão. Os faraós no Egito também o usaram, assim como os assírios e os etruscos. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Inicialmente, tinha apenas o objetivo de auxiliar a dissipar a sensação provocada pelo calor, mas logo se tornou um elemento de distinção de classe. No Oriente, chegou a ser usado para afastar o povo do soberano quando este saía a passeio. Na Grécia, um esposo, para desculpar-se, tinha que abanar a sua esposa durante o seu sono. Em Roma, o leque era conhecido como flabelum e as senhoras romanas tinham serviçais encarregados de abaná-las, os flabelíferos. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Na América, o objeto de abano já era conhecido entre os astecas e os incas. Quando os primeiros europeus chegaram, em 1519, Montezuma ofereceu seis leques a Fernando Cortez. Além de dissipar o calor, o leque era usado, assim como as flores, para transmitir códigos. Manejado de modos diversos por homens e mulheres, podia passar mensagens inteiras sem que fosse trocada uma única palavra. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"As peças da coleção da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano encaixam-se na categoria de leques comemorativos. A ideia de perpetuar acontecimentos notáveis nos leques surgiu na França, no século 18. Os leques históricos chegaram ao Brasil com a Corte Portuguesa, em 1808. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Com o decreto da Abertura dos Portos às Nações Amigas, assinado em Salvador em 28 de janeiro de 1808, os leques com motivos históricos passaram a ser encomendados nas chamadas Casas da Índia, localizadas na rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro. A encomenda seguia para a China, principalmente para o Cantão, onde eram produzidos. Junto com o pedido, os chineses recebiam o desenho com os motivos e as imagens que os leques deveriam apresentar. Muitas vezes, para um mesmo evento poderia existir três ou mais versões diferentes, cada uma com variações próprias, como cor do fundo, inscrições e outros elementos inseridos pelo artista. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Por serem feitos de maneira artesanal, sua produção era limitada, raramente chegando às dezenas. Além disso, o material frágil utilizado na sua confecção fez com que poucos exemplares chegassem aos dias atuais, o que faz da coleção de 13 leques da Fundação uma das mais expressivas, tanto no Brasil quanto em Portugal. "}}],"version":"2.18.0"}
Paulo Rezzutti