Brasil Império


{"time":1747676939548,"blocks":[{"type":"paragraph","data":{"text":"Das diversas coleções que compõem o acervo da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, uma das que se sobressaem diz respeito ao período da Monarquia no Brasil. A Fundação possui itens evocativos que cobrem o período dos reinados de D. Maria I (1734-1816), D. João VI (1767-1826), D. Pedro I (1798-1834) e D. Pedro II (1825-1891). As peças compreendem desde serviços de cristais e porcelanas de titulares do Império, da família imperial brasileira e da própria família real portuguesa até cartas de brasões de armas e fidalguia, passadas por D. Maria I, e botões e insígnias de uniformes brasileiros dos períodos do Reino e do Império. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Dentre as condecorações, destaca-se a Real Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, criada por D. João VI, no Rio de Janeiro, para celebrar sua aclamação como rei de Portugal, Brasil e Algarves, em 6 de fevereiro de 1818. Além de ricos exemplares das cruzes de Cristo, de São Bento e de Avis, há no acervo condecorações criadas por D. Pedro I, como a Imperial Ordem do Cruzeiro (1822) e a Imperial Ordem da Rosa (1829). Complementam a coleção raras insígnias maçônicas brasileiras do Primeiro Reinado (1822-1831) e a medalha-estojo da Constituição Imperial de 1824. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Um acervo como esse, que possui, ainda, gravuras, telas e bustos – como o de D. Pedro II realizado em 1839 por Zépherin Ferrez (1797-1851), um dos únicos exemplares conhecidos fundidos em bronze –, seria, por si só́, considerado respeitável. Mas a Fundação possui também peças que não apenas são do período da Monarquia, mas que pertenceram diretamente a membros da Dinastia de Bragança. Por meio de doações e compras, foram adquiridos móveis, maçanetas e espelhos de porta que fizeram parte da decoração do Palácio de São Cristóvão, atual Museu Nacional, e do Paço Isabel, atual Palácio Guanabara. Estão inclusas no acervo lembranças íntimas da família imperial, como quadros, fotos, aquarelas, desenhos e cartas pessoais. Entre os objetos pertencentes à imperatriz D. Teresa Cristina (1822-1889), por exemplo, há lenços e um livro de partituras. A Fundação também possui livros que pertenceram a D. Pedro II e à imperatriz D. Amélia (1812-1873). De D. Isabel (1846-1921), filha mais velha de D. Pedro II e de D. Teresa Cristina, há, entre outras peças, um pequeno trenó que servia de enfeite e um portfólio, ambos com pinturas feitas a mão por ela. Da filha mais nova do casal, a princesa D. Leopoldina (1847-1871), há vários itens, entre os quais, uma capa de almofada em cima da qual seus filhos foram levados ao batismo. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Uma das peças mais curiosas da Fundação é uma das chamadas “mãos da justiça”: uma cópia em bronze da mão de D. Pedro II, fundida pela Casa da Moeda em 1841 e distribuída a altos dignitários. Essa, especificamente, apresenta grafada no interior do punho, em letra infantil, a frase “Brasil, SAI, Princesa Leopoldina”. Como foi adquirida de um descendente direto da princesa, não há dúvidas de que se trate de um autógrafo da filha do imperador, tornando-a muito rara. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Os óleos estão entre as peças mais significativas desse conjunto e retratam membros das famílias real portuguesa e imperial brasileira, como D. João VI, os imperadores D. Pedro I e D. Pedro II, as imperatrizes D. Tereza Cristina, D. Amélia de Leuchtenberg e D. Leopoldina e as princesas D. Leopoldina, D. Januária, D. Francisca e D. Maria Amélia. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Além de porcelanas, cristais, telas, esculturas, fotos e objetos que pertenceram a membros da Dinastia de Bragança, a Fundação também possui um importante conjunto de sofá́, cadeiras e mesa de apoio marchetados com madrepérolas que compunham a sala da senhora, na residência da Princesa Isabel no Rio de Janeiro. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Pela raridade e qualidade indiscutível das peças, que abrangem diferentes gerações de membros da família imperial, o acervo da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano é um dos mais importantes desse período abertos ao público no Estado de São Paulo. "}}],"version":"2.18.0"}
Paulo Rezzutti